O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um longo pronunciamento, no final da manhã desta segunda-feira (10), para o balanço dos 100 dias do seu governo. Depois do abalo dos ataques antidemocráticos ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 8 de janeiro, a gestão petista conseguiu começar a governar. Entre os principais pontos positivos, estão a retomada dos programas sociais e do Mais Médicos, além da campanha nacional de vacinação lançada.
Em relação à economia, apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ter conseguido apresentar o novo marco fiscal, que substituirá o teto de gastos, a área ainda patina. Isso porque o cenário é delicado com juros e inflação alta e também pela situação mundial do setor. Mesmo com habilidade no diálogo com diferentes setores, Haddad enfrenta resistências, inclusive dentro do PT, sobre suas medidas. O próprio presidente admitiu que seu ministro tem recebido algumas “críticas” e o defendeu e blindou publicamente. A economia, sem dúvida, é o grande balizador de uma gestão: se a área está bem, ela se refletirá na rotina dos brasileiros e, consequência, para o governo de forma positiva.
Eleito democraticamente, Lula prometeu pacificar o país dividido nas eleições, contudo tropeça nas palavras e acirra, ainda, mais os ânimos. Mas a declaração mais desastrosa ocorreu em relação ao seu algoz, senador Sergio Moro (União Brasil). Diante do plano desarticulado pela Polícia Federal do PCC que tinha Moro entre os alvos, o presidente afirmou que seria “uma armação” do senador. O petista acabou dando visibilidade ao ex-juiz, que no Senado era figura apagada e isolada até então. Entre erros e acertos, Lula precisa governar mais e dar menos declaração polêmica, que não soma ao país.